05
fev
2015
Brasil só perde para os EUA na produção de transgênicos
No ano passado o País semeou 42,2 milhões de hectares com variedades geneticamente modificadas, 5% maior se comparado a 2013

Em 2014 o cultivo de variedades geneticamente modificadas atingiu uma área de 181 milhões de hectares em todo o mundo, ante os 171 milhões de hectares cultivados com transgênicos em 2013. O Brasil ocupou a segunda posição no ranking mundial, com uma área de 42,2 milhões de hectares, perdendo somente para os Estados Unidos que destinou uma área para os transgênicos de 73,1 milhões de hectares para produção de soja, milho e algodão. Em terceiro, está a Argentina com 24,3 milhões de hectares.

No ano que passou houve um acréscimo de 1,9 milhão de hectares no Brasil na utilização de transgênicos em relação a 2013, o que corresponde a um crescimento de 5%. Em 2013, o País havia ampliado sua área cultivada com variedades geneticamente modificadas em 3,7 milhões de hectares em relação a 2012, maior índice de crescimento já registrado se comparado a qualquer outro país no mundo. No Brasil, o Paraná é o segundo maior produtor de transgênicos, com um total anual de 7,1 milhões de hectares plantados com essa tecnologia, perdendo somente para Mato Grosso, com 12,4 milhões de hectares.

O estudo sobre a participação dos transgênicos na produção mundial de alimentos foi divulgado na semana passada pelo Serviço Internacional para Aquisição e Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA). Anderson Galvão, representante da entidade no Brasil, aponta que a tecnologia transgênica já chegou nas mãos de 18 milhões de produtores em todo o mundo e cresceu principalmente em pequenas propriedades.

Galvão explica que, na soja, a adesão brasileira aos produtos geneticamente modificados é de 93%, seguindo do milho (82%) e algodão (65%). Em produção, o volume totalizou 91,35 milhões de toneladas, 85,16 milhões de toneladas e 1,45 milhão de tonelada, respectivamente em 2014. "A biotecnologia tem crescido de forma consistente porque tem ajudado o agricultor a produzir de forma segura", observa o representante do ISAAA. Em 2014 o Brasil plantou comercialmente, pelo segundo ano consecutivo, a primeira soja combinada com resistência a insetos e tolerância a herbicidas. Ao todo foram semeados no ano passado 5,2 milhões de hectares, contra 2,2 milhões de hectares plantados com a tecnologia em 2013.

Galvão explica que os ganhos econômicos com a tecnologia transgênica são significativos. O estudo apontou que de 1996 a 2013 houve um aumento na movimentação de US$ 68 milhões nos países em desenvolvimento. "O Brasil é um dos líderes na adoção de novas tecnologias", salienta Galvão. Em 2014, 28 países cultivaram plantas geneticamente modificadas, um a mais se comparado ao ano anterior. Bangladesh foi o último a aderir à tecnologia com uma variedade de berinjela transgênica.

O estudo apontou que o crescimento médio mundial na adoção de plantas transgênicas varia de 3% a 4% ao ano. O levantamento do ISAAA apontou que além dos bons rendimentos dos produtos geneticamente modificados, a tecnologia proporcionou no mundo uma redução de 37% no uso de defensivos agrícolas e um incremento de 68% na renda do produtor.

Na liderança

Os EUA continuaram na liderança sobre o uso dos transgênicos com 40% da produção mundial. De acordo com ISAAA, a taxa média de adoção dos produtores americanos é de mais de 90%. O crescimento anual nos EUA em 2014 foi de 4%. Neste ano, o aumento em área cultivada no país foi de 3 milhões de hectares, maior do que em qualquer outro no mundo.

O maior aumento nos EUA em 2014 se deu principalmente pela alta de 11% na área cultivada total de soja, alcançando um recorde de 34,3 milhões de hectares plantados com a oleaginosa. A adoção em 2014 à tecnologia aumentou em todas as três principais cultivares. Na soja, a participação passou de 93% para 94%, no milho de 90% a 93% e no algodão de 90% a 96%.

Ricardo Maia


Fonte: Folha Web

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