A Argentina voltou a ser a 6ª maior exportadora de farinhas de trigo do mundo, e grande parte dessa retomada se deve ao Brasil, que voltou a ser seu grande comprador. Segundo dados do jornal “Ambito Financiero” divulgados pela Consultoria Trigo & Farinhas, apenas durante o último mês de setembro os moinhos brasileiros importaram um total de 38 mil toneladas de farinha de trigo do país vizinho.
De acordo com as estatísticas do periódico, este foi o maior volume importado pelo Brasil desde 2012. O acumulado entre janeiro e setembro chegou a 277.899 toneladas.
A explicação para essa expansão, segundo o analista Guillermo Rossi, da consultoria Big River, é que “o atraso no tipo de câmbio está afetando os custos de industrialização”, tornando a compra de farinha mais barata do a fabricação. “Os moinhos locais se encheram de esperança com o crescimento em um mercado fundamental para sua indústria [o Brasil] e continuam presentes, mas exportando a custos muito abaixo dos que seriam convenientes”, afirma o analista.
O analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco, aponta que “os moinhos argentinos estão recuperando o seu nível de colocação no mercado externo, mas ainda mantém uma notável perda de posição em relação a 2013. Durante os últimos 5 anos a Argentina esteve entre os principais exportadores de farinha de trigo junto com a Turquia, Cazaquistão, França, Alemanha, Bélgica e Paquistão”.
Cifarelli foi mais além e arrisca: “O potencial desta cadeia é enorme; voltar ao mundo com todas as suas ligações significaria 189.000 postos de trabalho novos genuínos e mais 120 milhões de pesos de aporte ao PIB – isto já tínhamos conseguido, então sabemos de que se trata”.
Pacheco conclui que “os moinhos argentinos se encontram hoje com melhores expectativas do que a pouco tempo atrás e logo depois do anúncio presidencial em que se prometeu ‘a volta das exportações’ de farinha, entre outros produtos, uma luz de esperança se acende na cadeia produtiva”.