Dois países do Mercosul produtores de trigo e de farinhas, Argentina e Paraguai estão se movimentando para fornecer cada vez mais farinha de trigo ao Brasil. Ambos aumentaram significativamente o volume das suas exportações, revela a Consultoria Trigo & Farinhas.

Neste ano, de janeiro a março, a Argentina já exportou 91,14 mil toneladas de farinha de trigo. O resultado representa aumento de 47,37% sobre as 63,57 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2016. Já o Paraguai teve um crescimento muito superior: exportou neste ano 8,83 mil toneladas de farinha para o nosso país, cerca de 101,14% a mais do que as 4,39 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2016. 

“Para agilizar ainda mais as suas vendas, o Paraguai estabeleceu centros de distribuição nos arredores de Curitiba. Não sabemos de nenhuma iniciativa similar dos moinhos argentinos, há apenas importadores”, afirma o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.

De acordo com ele, os moinhos argentinos têm problemas semelhantes aos brasileiros, com problemas de acesso ao crédito, e é possível que optem por comprar grãos mais baratos para transformação. No entanto, a tendência é de que o país vizinho comece a produzir farinha de baixa qualidade. 

“O maior potencial das farinhas paraguaias se baseia no excelente trigo produzido no país, talvez um dos melhores da América do Sul, utilizado como melhorador pelos seus compradores. Mas, a capacidade de moagem do país é pequena (apenas 600 mil toneladas/ano) e o mundo não sabe da sua qualidade. Precisariam fazer marketing, tanto do trigo como da farinha, mandando amostras para ser analisada nos melhores laboratórios do mundo para obter certificação e, assim, poder eventualmente conseguir um prêmio sobre os preços hoje praticados e, assim incentivar a produção”, conclui. 

 

Fonte: Agrolink

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