De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a Argentina colheu 10,3 milhões de toneladas de trigo na safra 2015/16. Foram plantados 3,6 milhões de hectares, dos quais foram totalmente perdidos cerca de 270 mil hectares, que tiveram um rendimento médio de 3.090 quilos/hectare, segundo números divulgados pela Consultoria Trigo & Farinhas.
Já a estimativa da Bolsa de Comércio de Rosário é menos otimista, situando a produção em 9,6 milhões de toneladas – uma diferença de 700 mil toneladas em relação à projeção da Capital. Os números de Rosário são baseados principalmente nas perdas do início da colheita e dos campos que foram abandonados, com rendimento de 2.950 kg/ha.
“Pelo menos nos últimos 9 anos esta deve ser a safra de pior qualidade produzida no país, por vários motivos, entre os quais a falta de perspectivas no tempo do plantio, que levou os agricultores a usarem menos tecnologia, fato que depois foi agravado pelas intempéries climáticas, que terminaram por deteriorar o percentual proteico”, comenta o analista sênior Luiz Carlos Pacheco.
Segundo ele, “95,39% da safra tem menos dos 12% de proteína exigidos pelos importadores, entre os quais o Brasil, o que nos tem levado a declarar que o país não terá condições de fornecer aos moinhos brasileiros trigo melhorador ou sequer de panificação, mas apenas trigo tipo 2, para a fabricação de biscoitos e massas de qualidade inferior. Como a colheita da parte melhor foi em janeiro, pode ter melhorado um pouco os percentuais do tipo 1. Mas, não a ponto de superar os demais, com certeza, mas este trigo ficará com os moinhos do país”.