27
jul
2012
Área de soja deverá crescer 10% na próxima safra
A produção de soja no Brasil praticamente triplicou na última década, com estimativa de chegar aos 82 milhões de toneladas na safra 2012/2013. Pelo sexto ano seguido, os preços internos atingem níveis recordes, motivação que pode resultar num crescimento de 10% na área cultivada no país. Os números foram apresentados no seminário de abertura da 39ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, que aconteceu de 24 a 26 de julho, na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS).
Depois da crise enfrentada na última safra, o produtor de soja tem experimentado preços no mercado interno chegando a R$ 80,00 a saca de 60kg nos portos brasileiros. De acordo com o economista da Safras & Mercado, Flávio de França Júnior, a soja tem garantido lucratividade bruta, numa relação muito positiva entre receita e custo. “Esse movimento vem sendo basicamente sustentado pela gradativa elevação das médias de preços no mercado internacional, diante do firme avanço da demanda e do aperto nos estoques mundiais. Em 2012, a essa variável externa devemos incorporar também a elevação das bases da taxa de câmbio”, avalia França Júnior. Conforme o analista, os preços deverão sofrer ligeira queda nos próximos meses, mas ainda deverão continuar atrativos na próxima safra: “A safra do maior produtor mundial, os Estados Unidos, está avaliada em 83 milhões de toneladas, mas o clima dos meses de junho e julho foi muito quente e seco em boa parte da região produtora, afetando fortemente os rendimentos. O cenário causou instabilidade no mercado, mas o número ainda não é definitivo, já que essas perdas ainda podem ser revertidas se o clima normalizar. De qualquer forma, existe uma quebra de 25% nos estoques mundiais que não será revertida rapidamente, o que favorece a participação da produção brasileira no mercado internacional”. França Júnior acredita que 35% da safra brasileira de 2013 está vendida em contratos futuros e orienta que o produtor chegue a comercializar 1/3 da próxima safra agora, já que “dificilmente serão atingidos novamente os preços praticados hoje. Se o preço continuar em alta, haverá um estrangulamento no consumo. O farelo de soja, por exemplo, subiu 100% em relação ao ano passado, e a produção animal não está conseguindo pagar”.
Este cenário de alta nas commodities deverá refletir no aumento da área cultivada com soja no Brasil em cerca de dois milhões de hectares na próxima safra, chegando aos 27 milhões de hectares (ha), especialmente no MT (7.600 mil ha), PR (4.750 mil ha) e RS (4.440 mil ha). O mesmo aumento é esperado nos demais países da América do Sul, onde o fenômeno El Niño deverá favorecer os rendimentos e resultar numa produção de 145 milhões de toneladas.
Avaliação de Safra
A pesquisa divide o país em regiões com características de clima e solo para orientar o cultivo da soja e a indicação de cultivares mais adaptas. Na avaliação de safra, apresentada durante a 39ª Reunião de Pesquisa da Região Sul, foram apontadas as principais limitações da safra passada e as perspectivas para a safra 2012/2013 na Região Sul, composta pela Macrorregiões Sojícolas 101, 102 e 103, nos estados do RS, SC, sul do PR e sul de SP.
Região 101 – Fronteira Oeste e Campanha do RS
· Produtividade média nesta safra: 28 sc/ha
· Várzea – rotação com arroz irrigado; Campanha – rotação com pastagens e integração lavoura-pecuária
Região 102 – Planalto Médio do RS, Centro-oeste de SC e Sul do PR
· Produtividade média nesta safra: 23 sc/ha (-53% em relação a 2010/11)
· Rotação é utilizada em apenas 25% da área de soja
· Aumento de 5% sobre áreas de milho em 2012/2013
Região 103 – Campos de Cima da Serra do RS, leste de SC e PR, e sul de SP
· Produtividade média nesta safra: 35 sc/ha (queda de 30% no RS, 10% em SC e 8% no PR)
· Rotação com aveia/trigo/cevada/milho
· Aumento de 10% (em SP, o aumento pode chegar a 34%)
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Depois da crise enfrentada na última safra, o produtor de soja tem experimentado preços no mercado interno chegando a R$ 80,00 a saca de 60kg nos portos brasileiros. De acordo com o economista da Safras & Mercado, Flávio de França Júnior, a soja tem garantido lucratividade bruta, numa relação muito positiva entre receita e custo. “Esse movimento vem sendo basicamente sustentado pela gradativa elevação das médias de preços no mercado internacional, diante do firme avanço da demanda e do aperto nos estoques mundiais. Em 2012, a essa variável externa devemos incorporar também a elevação das bases da taxa de câmbio”, avalia França Júnior. Conforme o analista, os preços deverão sofrer ligeira queda nos próximos meses, mas ainda deverão continuar atrativos na próxima safra: “A safra do maior produtor mundial, os Estados Unidos, está avaliada em 83 milhões de toneladas, mas o clima dos meses de junho e julho foi muito quente e seco em boa parte da região produtora, afetando fortemente os rendimentos. O cenário causou instabilidade no mercado, mas o número ainda não é definitivo, já que essas perdas ainda podem ser revertidas se o clima normalizar. De qualquer forma, existe uma quebra de 25% nos estoques mundiais que não será revertida rapidamente, o que favorece a participação da produção brasileira no mercado internacional”. França Júnior acredita que 35% da safra brasileira de 2013 está vendida em contratos futuros e orienta que o produtor chegue a comercializar 1/3 da próxima safra agora, já que “dificilmente serão atingidos novamente os preços praticados hoje. Se o preço continuar em alta, haverá um estrangulamento no consumo. O farelo de soja, por exemplo, subiu 100% em relação ao ano passado, e a produção animal não está conseguindo pagar”.
Este cenário de alta nas commodities deverá refletir no aumento da área cultivada com soja no Brasil em cerca de dois milhões de hectares na próxima safra, chegando aos 27 milhões de hectares (ha), especialmente no MT (7.600 mil ha), PR (4.750 mil ha) e RS (4.440 mil ha). O mesmo aumento é esperado nos demais países da América do Sul, onde o fenômeno El Niño deverá favorecer os rendimentos e resultar numa produção de 145 milhões de toneladas.
Avaliação de Safra
A pesquisa divide o país em regiões com características de clima e solo para orientar o cultivo da soja e a indicação de cultivares mais adaptas. Na avaliação de safra, apresentada durante a 39ª Reunião de Pesquisa da Região Sul, foram apontadas as principais limitações da safra passada e as perspectivas para a safra 2012/2013 na Região Sul, composta pela Macrorregiões Sojícolas 101, 102 e 103, nos estados do RS, SC, sul do PR e sul de SP.
Região 101 – Fronteira Oeste e Campanha do RS
· Produtividade média nesta safra: 28 sc/ha
· Várzea – rotação com arroz irrigado; Campanha – rotação com pastagens e integração lavoura-pecuária
Região 102 – Planalto Médio do RS, Centro-oeste de SC e Sul do PR
· Produtividade média nesta safra: 23 sc/ha (-53% em relação a 2010/11)
· Rotação é utilizada em apenas 25% da área de soja
· Aumento de 5% sobre áreas de milho em 2012/2013
Região 103 – Campos de Cima da Serra do RS, leste de SC e PR, e sul de SP
· Produtividade média nesta safra: 35 sc/ha (queda de 30% no RS, 10% em SC e 8% no PR)
· Rotação com aveia/trigo/cevada/milho
· Aumento de 10% (em SP, o aumento pode chegar a 34%)