03
dez
2009
Área de soja crece 3,7% em Maringá/PR e região
Levantamento do Deral aponta para 231 mil hectares de soja em Maringá e 28 municípios da região na safra 2009/10. Com clima melhor, produção deverá ser 51,75% maior

Vinícius Carvalho

A soja cobre 231 mil hectares na safra de verão 2009/10 nos 29 municípios do núcleo regional em Maringá da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral). A área plantada aumentou 3,73% em relação ao ano passado, quando a cultura cobria 222.686 hectares.

No Paraná, a semeadura da soja para a safra de verão alcançou o índice de 97% na segunda-feira, quando o Deral divulgou o mais recente relatório da situação de plantio e colheita de culturas de acompanhamento semanal. De acordo com o levantamento, 96% das lavouras estão em boas condições e 4% estão em condições medianas.

Em todo o Estado, a área de soja deverá aumentar 7% em relação à safra anterior, chegando a 4,3 milhões de hectares.

As condições climáticas deste ano são muito melhores que as registradas em 2008, quando uma estiagem de 40 dias comprometeu o desenvolvimento das lavouras.

O economista do Deral do núcleo regional de Maringá, Dorival Aparecido Basta, afirma que a incidência regular de chuvas reforça a projeção de aumento na colheita em 2009. “Até agora, as condições climáticas têm sido favoráveis. Tivemos chuva forte, mas isso atrapalhou apenas uma parte muito pequena da região”, comenta Basta.

A estiagem registrada no último trimestre de 2008 ocasionou a queda de 34% na produtividade da soja. No ano passado, foram colhidos 421,635 mil toneladas do grão nos 29 municípios. Com condições melhores em 2009, a produtividade, que ano passado foi de 1.911 kg/ha, pode alcançar o índice de 2.900 kg/ha – aumento de 51,75%.

O Deral projeta produção de 647 mil a 693 mil toneladas do grão na safra de verão. Para o Paraná, é esperada a colheita recorde de 13,75 milhões de toneladas no início de 2010.


Herbicida
O uso contínuo de herbicidas nas lavouras do Paraná acabou fortalecendo variedades de ervas daninhas, que se tornaram imunes aos produtos. As variedades que oferecem maior resistência são Coniza bonariensis e Coniza canadensis, conhecidas popularmente como buva.

Com sementes 2 mil vezes mais leves que a soja, a buva se espalha facilmente pelas lavouras e, depois de desenvolvida, resiste ao glifosato – princípio ativo mais utilizado em herbicidas para as lavouras transgênicas.

A soja transgênica, desenvolvida pela multinacional Monsanto, foi criada para resistir ao herbicida Roundup, da mesma empresa. Os produtores que plantam transgênicos aplicam o produto, à base de glifosato, em toda a lavoura para acabar com as ervas dadinhas.

No entanto, anos de aplicação sucessiva criaram variedades de ervas resistentes. A aplicação tardia, quando as ervas já se desenvolveram e já não sucumbem ao herbicida, contribui para o problema.

O engenheiro agrônomo da Cocamar, Paulo Andre Machinski, diz que a infestação de buva ocorre em todos os municípios em que a cooperativa atua, o que faz da erva daninha o principal problema para os sojicultores. Apesar da ameaça, entre os cooperados da Cocamar foram registrados apenas casos de média infestação, em que a produtividade da soja cai até 30%.

O engenheiro agrônomo da Emater, Joaquim Girardi, afirma que o problema foi originado no oeste do Estado e vem crescendo na região de Maringá. Ele ressalta que o problema não deverá afetar seriamente o desempenho da safra, mas eleva o custo de produção por causa da necessidade da retirada das ervas com enxadas.

Fonte: O Diário do Norte do Paraná
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