11
dez
2012
Área da safra 2012/2013 em SP cresce 5,7%
O encolhimento da cultura do algodão, que perdeu cerca de 30% de área plantada no Mato Grosso e no oeste baiano, também ocorre no agronegócio paulista: o Instituto de Economia Agrícola (IEA) indica redução de 23,2% no cultivo da fibra, para 14,2 mil hectares, na safra 2012/2013 em São Paulo.
O desinteresse pela cotonicultura é causado pelos preços da soja e do milho. Neste verão, o instituto prevê plantio de 29,9 mil hectares da oleaginosa - aumento de 10,1%, ante a temporada anterior - e de 578,7 mil hectares para o milho - alta de 3,5%.
Os grãos puxaram uma expansão de 5,7% no plantio das culturas "das águas" - cultivadas, hoje, em 1,3 milhão de hectares -, em função das quebras de safra norte-americanas, na metade do ano, que provocaram altas recordes nos preços das commodities.
E a área da soja tende a crescer ainda mais do que o estimado pelo IEA, cujo levantamento de safra foi realizado em setembro e novembro - os dados divulgados, até então, referem-se à primeira etapa -, de acordo com o pesquisador Alfredo Tsunechilo.
"A sojicultura, concentrada em Assis, deve se expandir mais do que se esperava, também em Itapeva, com a redução da área do milho. A competição entre os grãos existe em São Paulo, embora não seja tão forte como nos estados graneleiros do Sul", disse o especialista.
Em Avaré (SP), a expansão dos grãos impacta diretamente o cultivo do algodão, liderado pela cooperativa Holambra, que reduziu o plantio da fibra de 13 mil para cinco mil hectares neste ano. "O algodão está indo por água abaixo", comentou Tsunechilo.
Para o gerente do instituto em Avaré, Eliseo Aires de Melo, contudo, a cooperativa não abandonou os planos de expansão para o algodão, mantendo aproximadamente 40% da produção para "os cooperados não perderem a familiaridade com a cotonicultura - estratégia muito interessante".
Clima ruim, exportações
A falta de chuva prejudicou o plantio da atual safra paulista, cujos níveis de produtividade inclinam-se, portanto, à queda. "O clima não foi favorável neste ano. Já há um prejuízo na produtividade das culturas", afirmou Tsunechilo, que não dispõe de dados sobre a relação entre volume e área - informações que fazem parte da terceira fase do levantamento do IEA, realizada em fevereiro.
Segundo ele, "as mudanças climáticas vieram de forma inesperada" e, somadas à expansão das lavouras, podem resultar em menor rendimento dos grãos. "Mas a soja não avança sobre pastagens em São Paulo - geralmente, é sobre o milho, então, o solo utilizado já está preparado e tem boa produtividade", observou.
Principal cultura da pauta de exportações paulista, atualmente, o milho deve totalizar embarques de, pelo menos, 800 mil toneladas neste ano - "um boom para o estado" -, compensando a redução do mercado interno. "É uma compensação, pois São Paulo consumiu menos grãos neste ano, que vem sustentando os preços do cereal", disse Tsunechilo.
"Antigamente, numa supersafra dessas, os preços desabariam", afirmou o pesquisador. Até outubro, 500 mil toneladas de milho foram embarcadas de São Paulo para o exterior. As exportações devem ter mantido ritmo de 150 mil toneladas por mês até dezembro, segundo ele, justificando a estimativa do IEA.
Outras culturas
Para o amendoim das águas, espera-se acréscimo de 2% na área plantada, a 81,3 mil hectares; a cultura da batata das águas tem previsão de 9,2 mil hectares, 3,4% menor do que no ano anterior; o plantio de feijão das águas deve ocupar 4,9% a menos de espaço, totalizando 64,1 mil hectares; para a cultura do arroz de sequeiro, várzea e irrigado, a intenção de plantio apresenta redução de 3,3%, para 19,4 mil hectares, em relação à safra passada.
Realizado entre três e 24 de setembro, o levantamento de intenção de plantio do IEA, com a participação da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), considera informações das Casas de Agricultura dos 645 municípios do estado, a respeito das sete principais culturas "das águas": algodão, amendoim, arroz, batata, feijão, milho e soja.
O desinteresse pela cotonicultura é causado pelos preços da soja e do milho. Neste verão, o instituto prevê plantio de 29,9 mil hectares da oleaginosa - aumento de 10,1%, ante a temporada anterior - e de 578,7 mil hectares para o milho - alta de 3,5%.
Os grãos puxaram uma expansão de 5,7% no plantio das culturas "das águas" - cultivadas, hoje, em 1,3 milhão de hectares -, em função das quebras de safra norte-americanas, na metade do ano, que provocaram altas recordes nos preços das commodities.
E a área da soja tende a crescer ainda mais do que o estimado pelo IEA, cujo levantamento de safra foi realizado em setembro e novembro - os dados divulgados, até então, referem-se à primeira etapa -, de acordo com o pesquisador Alfredo Tsunechilo.
"A sojicultura, concentrada em Assis, deve se expandir mais do que se esperava, também em Itapeva, com a redução da área do milho. A competição entre os grãos existe em São Paulo, embora não seja tão forte como nos estados graneleiros do Sul", disse o especialista.
Em Avaré (SP), a expansão dos grãos impacta diretamente o cultivo do algodão, liderado pela cooperativa Holambra, que reduziu o plantio da fibra de 13 mil para cinco mil hectares neste ano. "O algodão está indo por água abaixo", comentou Tsunechilo.
Para o gerente do instituto em Avaré, Eliseo Aires de Melo, contudo, a cooperativa não abandonou os planos de expansão para o algodão, mantendo aproximadamente 40% da produção para "os cooperados não perderem a familiaridade com a cotonicultura - estratégia muito interessante".
Clima ruim, exportações
A falta de chuva prejudicou o plantio da atual safra paulista, cujos níveis de produtividade inclinam-se, portanto, à queda. "O clima não foi favorável neste ano. Já há um prejuízo na produtividade das culturas", afirmou Tsunechilo, que não dispõe de dados sobre a relação entre volume e área - informações que fazem parte da terceira fase do levantamento do IEA, realizada em fevereiro.
Segundo ele, "as mudanças climáticas vieram de forma inesperada" e, somadas à expansão das lavouras, podem resultar em menor rendimento dos grãos. "Mas a soja não avança sobre pastagens em São Paulo - geralmente, é sobre o milho, então, o solo utilizado já está preparado e tem boa produtividade", observou.
Principal cultura da pauta de exportações paulista, atualmente, o milho deve totalizar embarques de, pelo menos, 800 mil toneladas neste ano - "um boom para o estado" -, compensando a redução do mercado interno. "É uma compensação, pois São Paulo consumiu menos grãos neste ano, que vem sustentando os preços do cereal", disse Tsunechilo.
"Antigamente, numa supersafra dessas, os preços desabariam", afirmou o pesquisador. Até outubro, 500 mil toneladas de milho foram embarcadas de São Paulo para o exterior. As exportações devem ter mantido ritmo de 150 mil toneladas por mês até dezembro, segundo ele, justificando a estimativa do IEA.
Outras culturas
Para o amendoim das águas, espera-se acréscimo de 2% na área plantada, a 81,3 mil hectares; a cultura da batata das águas tem previsão de 9,2 mil hectares, 3,4% menor do que no ano anterior; o plantio de feijão das águas deve ocupar 4,9% a menos de espaço, totalizando 64,1 mil hectares; para a cultura do arroz de sequeiro, várzea e irrigado, a intenção de plantio apresenta redução de 3,3%, para 19,4 mil hectares, em relação à safra passada.
Realizado entre três e 24 de setembro, o levantamento de intenção de plantio do IEA, com a participação da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), considera informações das Casas de Agricultura dos 645 municípios do estado, a respeito das sete principais culturas "das águas": algodão, amendoim, arroz, batata, feijão, milho e soja.
Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria