29
mar
2010
Apetite da China pela soja brasileira crescerá 20% ao ano
O apetite da China pela soja brasileira deve se intensificar nos próximos meses com o início do processo de estocagem da oleaginosa já sinalizado pelo governo de Pequim. Para o setor, o interesse dos chineses pelo produto brasileiro deve crescer anualmente 20%. Em 2010, o mercado estima enviar para o território chinês mais de 43 milhões de toneladas do grão. Em 2009, o volume embarcado não chegou a 40 milhões. Segundo Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar, a demanda chinesa pode surpreender o País. "Enquanto uma fração do mercado diz que boa parte da demanda mundial já foi atendida pela Argentina, vejo a China bastante agressiva. A comercialização com o Brasil pode ultrapassar 43 milhões de toneladas", diz. Atualmente a China responde por 50% das exportações Brasileiras de soja.
Para Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso e do Brasil (Aprosoja), o País pode ainda ganhar mercado internacional se investir em políticas de exportação voltadas para os países que não dependem dos Estados Unidos, como Japão, México e Canadá.
Coréia, Arábia Saudita, Afeganistão, Rússia, Ucrânia e Polônia são alguns dos potenciais destinos futuros para a soja nacional. "A Índia também é um país bastante interessante, que está crescendo", afirma.
No entanto, para Cachia, os novos trajetos previstos para o grão brasileiro percorrer podem começar em curto prazo, mas o volume não será significativo. "Não vejo crescimento dramático em outros territórios. De três a cinco anos pode ser que algum país avance mais e compre mais."
De acordo com Rafael Ribeiro de Lima Filho, zootecnista e consultor da Scot Consultoria, nos próximos meses o Brasil vai enviar mais de um milhão de toneladas de soja. "A China deve comprar mais. O governo já está estimulando a estocagem do grão", afirma o consultor.
Silveira explicou que a baixa produção de soja na China, de em média 15 milhões de toneladas, faz com que o país tenha uma tendência natural de cada vez mais aumentar as importações. "Parece que houve ainda uma quebra de safra este ano. A China deve aumentar em 20% por ano as negociações com o Brasil."
Os preços do grão, que estiveram em queda nas últimas semanas, de acordo com o presidente da Aprosoja, se estabilizaram e devem se manter, mesmo com a sinalização chinesa de aumentar o estoque doméstico. "O preço não vai mudar. O mercado já estabilizou. Só poderá melhorar se surgir alguma estimativa da próxima safra dos Estados Unidos, ou o câmbio melhorar", diz.
Em 2009, neste mesmo período, o câmbio girava em torno de R$ 2,20. Hoje a média de R$ 1,80 é a cotação da moeda americana.
Segundo Filho, quanto menor a oferta norte-americana, mais o preço no Brasil pode ser estimulado, mas o consultor acredita que com o aumento da demanda chinesa os valores da oleaginosa brasileira podem aumentar, embora não tenha estimativa.
Em Mato Grosso, no dia 25 de março de 2009, a cotação da soja variava de R$ 35,90 a R$ 38,60. No último dia 25, a média de preço era de R$ 24,50 a R$ 28.
De acordo com dados da Aprosoja, a produção mundial do grão hoje é de 255 milhões de toneladas para uma demanda de 235 milhões de toneladas.
Silveira disse que a previsão de sobra atual contribuiu para a queda de preços, se comparada a números do ano passado.
A diferença dos preços de 2009 para 2010, segundo Silveira, é justificada, além do câmbio mais elevado, pela quebra da safra mundial, quando foi computado um déficit de 12 milhões de toneladas. "Este ano estão sobrando 20 milhões de toneladas."
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Para Glauber Silveira, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso e do Brasil (Aprosoja), o País pode ainda ganhar mercado internacional se investir em políticas de exportação voltadas para os países que não dependem dos Estados Unidos, como Japão, México e Canadá.
Coréia, Arábia Saudita, Afeganistão, Rússia, Ucrânia e Polônia são alguns dos potenciais destinos futuros para a soja nacional. "A Índia também é um país bastante interessante, que está crescendo", afirma.
No entanto, para Cachia, os novos trajetos previstos para o grão brasileiro percorrer podem começar em curto prazo, mas o volume não será significativo. "Não vejo crescimento dramático em outros territórios. De três a cinco anos pode ser que algum país avance mais e compre mais."
De acordo com Rafael Ribeiro de Lima Filho, zootecnista e consultor da Scot Consultoria, nos próximos meses o Brasil vai enviar mais de um milhão de toneladas de soja. "A China deve comprar mais. O governo já está estimulando a estocagem do grão", afirma o consultor.
Silveira explicou que a baixa produção de soja na China, de em média 15 milhões de toneladas, faz com que o país tenha uma tendência natural de cada vez mais aumentar as importações. "Parece que houve ainda uma quebra de safra este ano. A China deve aumentar em 20% por ano as negociações com o Brasil."
Os preços do grão, que estiveram em queda nas últimas semanas, de acordo com o presidente da Aprosoja, se estabilizaram e devem se manter, mesmo com a sinalização chinesa de aumentar o estoque doméstico. "O preço não vai mudar. O mercado já estabilizou. Só poderá melhorar se surgir alguma estimativa da próxima safra dos Estados Unidos, ou o câmbio melhorar", diz.
Em 2009, neste mesmo período, o câmbio girava em torno de R$ 2,20. Hoje a média de R$ 1,80 é a cotação da moeda americana.
Segundo Filho, quanto menor a oferta norte-americana, mais o preço no Brasil pode ser estimulado, mas o consultor acredita que com o aumento da demanda chinesa os valores da oleaginosa brasileira podem aumentar, embora não tenha estimativa.
Em Mato Grosso, no dia 25 de março de 2009, a cotação da soja variava de R$ 35,90 a R$ 38,60. No último dia 25, a média de preço era de R$ 24,50 a R$ 28.
De acordo com dados da Aprosoja, a produção mundial do grão hoje é de 255 milhões de toneladas para uma demanda de 235 milhões de toneladas.
Silveira disse que a previsão de sobra atual contribuiu para a queda de preços, se comparada a números do ano passado.
A diferença dos preços de 2009 para 2010, segundo Silveira, é justificada, além do câmbio mais elevado, pela quebra da safra mundial, quando foi computado um déficit de 12 milhões de toneladas. "Este ano estão sobrando 20 milhões de toneladas."