17
abr
2013
Apesar dos problemas climáticos, Argentina terá boa safra de grãos
O excesso de umidade no plantio, a estiagem durante o desenvolvimento das lavouras e chuvas das últimas semanas que atrasaram a colheita não devem impedir os argentinos de colherem uma boa safra de grãos no ciclo 2012/13. A conclusão é da Expedição Safra Gazeta do Povo, que durante quatro dias visitou as principais regiões produtoras das províncias de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé, o coração do cinturão de produção da Argentina. Segundo levantamento da equipe de técnicos e jornalista, o país vizinho deve colher 50 milhões de toneladas de soja e 25 milhões de toneladas de milho nesta temporada, 12 milhões de toneladas de grãos a mais do que na temporada passada.

As previsões iniciais, de setembro de ano passado, indicavam que as lavouras argentinas tinham potencial para 55 milhões de toneladas de soja e 30 milhões de toneladas de milho. “Os números estão finais ficarão abaixo da previsão inicial, mas são melhores do que as previsões pessimistas do início do ano, quando algumas entidades chegaram a falar em uma safra de 48 milhões de toneladas da oleaginosa”, explica Giovani Ferreira, coordenador da Expedição Safra e gerente de Agronegócio da Gazeta do Povo.

Durante a passagem pela Argentina, a equipe encontrou poucas máquinas no campo. As chuvas que atingem o cinturão de produção argentino atrasam os trabalhos. Até o momento, cerca de um terço da soja foi colhida. Nas lavouras precoces, a produtividade média tem ficado em torno de 3,5 mil quilos por hectare, porém nas áreas onde é cultivada a soja segunda safra, que é plantada quase dois meses após a soja de verão, a média deve ser um pouco menor por causa do excesso de umidade.

A comercialização da safra de soja está apenas começando por lá. Os argentinos ainda têm cerca 40 milhões de toneladas da oleaginosa para negociar. Os produtores estão apreensivos quanto ao preço, já que o câmbio no país vizinho está desfavorável. Além disso, 60% das terras cultivadas na Argentina são arrendadas e o valor cobrado pelo aluguel aumentou significativamente nesta temporada. “Outro problema que os produtores enfrentam são as retenciones, tarifa de 35% cobrada sobre a receita com as exportações, que é descontada do produtor rural na formação do preço da soja”, comenta Ferreira.

Apesar de estar só no início, o escoamento da safra já encontra dificuldades. No complexo portuário fluvial de San Lorenzo, os caminhões formam fila e o tráfego nas rodovias é pesado.


Fonte: Agrolink com informações de assessoria

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