03
set
2013
Apesar da geada, produção de grãos no Paraná será recorde
Ricardo Maia

Preços aquecidos da soja e do trigo movimentam o mercado de commodities no Estado

Mesmo com a perda de 2 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2012/13, ocasionada pela estiagem no início da safra e a geada que afetou o milho e o trigo neste inverno, o Paraná conquistou um novo recorde de produção. Atualizada em 36 milhões de toneladas, essa é a maior safra já registrada no Estado. Segundo Marcelo Garrido, economista do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o bom desempenho das lavouras paranaenses começou no início do ano com a colheita recorde de 15,8 milhões de toneladas de soja, 46% a mais no comparativo com o mesmo período do ano passado.

A produção do milho na primeira safra também registrou um bom desenvolvimento, o que ajudou a contribuir para a soma. A colheita do grão somou 7,14 milhões de toneladas, 8% a mais que na safra anterior. No inverno, o cultivo do milho ganhou força, conquistando um novo recorde para o período. De acordo com informações divulgadas pelos técnicos do Deral, a segunda safra, que está 80% colhida, está estimada em 10,42 milhões de toneladas, 5% maior em relação ao ciclo anterior. Mesmo com a geada ocorrida em julho, ocasionando perdas de qualidade, a segunda safra do grão no Paraná deverá ser excelente na opinião dos técnicos da Seab.

Garrido aponta que o aumento na produtividade referente à safra 2012/13 foi um dos motivos que ajudaram o Paraná a atingir essa elevada produção de grãos. Segundo ele, o bom desempenho é resultado do uso de insumos mais eficientes. O economista completa que o investimento no atual ciclo ocorreu porque o produtor estava mais capitalizado.

A decepção da safra 2012/13 tem sido em relação ao café, que teve 62% das lavouras do Estado afetadas pela geada. A redução de produção do grão em comparação com o ano passado é, até agora, de 7%. Cálculos do Deral apontam para uma safra um pouco maior do que 97 toneladas. As perdas no café, no feijão e no trigo – devido às intempéries – resultaram na queda da previsão de colheita inicial no Estado que era de 38 milhões de toneladas de grãos. A produção paranaense de trigo, por exemplo, segundo o último levantamento do Deral, terá redução de 33%.

Feijão
De acordo com a análise do Deral, as duas principais safras de feijão cultivadas no Paraná estão encerradas, restando um terceiro ciclo em campo, que é restrito ao Norte Pioneiro. Nas três safras estão sendo colhidas 675 mil toneladas, volume 4% acima em comparação à safra passada. O feijão também foi prejudicado pelo clima, o que contribui para manter os preços firmes no mercado. O Paraná é o maior produtor de feijão do País e representa 23% da safra nacional. De acordo com informações do Deral, os problemas climáticos ocorridos ao longo do ano influenciam na escassez do produto no cenário nacional.

Mercado
Para os produtores de soja e milho, o mercado segue favorável, principalmente na questão de preço, segundo avalia o economista do Deral Marcelo Garrido. Até o momento, 85% da soja, 23% do milho e 8% do trigo já foram comercializados. No caso do trigo, pela falta de oferta no mercado interno, os produtores resolveram vender a safra um pouco mais cedo. No mesmo período do ano passado, apenas 1% do cereal tinha sido comercializado.

Garrido afirma que o valor da saca tem se valorizado muito, chegando a ser negociada, em algumas localidades, a R$ 40. Garrido completa que os preços da soja e do milho continuam atrativos. A média de preços dos dois produtos fecharam na última quinta-feira, respectivamente, em R$ 65,75 e R$ 18,33.


Fonte: Folha de Londrina

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