09
mar
2012
Ampliação de áreas segura quebra de safra
Relatório da Conab mostra que perdas nacionais serão iguais às do Paraná: de 5 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, impacto da seca chega a 7 milhões de toneladas
José Rocher
Embora a produção de soja e milho de verão esteja em queda, a ampliação das lavouras vai evitar que a quebra climática tenha um impacto tão forte na temporada 2011/12. O levantamento divulgado ontem (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que o plantio de 1,79 milhão de hectares a mais – que aumentou a área agrícola brasileira em 3,6% – fez com que as perdas nacionais com a seca ficassem do mesmo tamanho das enfrentadas isoladamente pelo Paraná: 5 milhões de toneladas de grãos. O impacto, na comparação com a safra passada, é de 5,4% para o estado e de 3,1% para o país.
Os números da Conab, num momento em que todas as consultorias privadas estão reduzindo suas estimativas, trouxeram dados otimistas. Em relação ao levantamento de fevereiro, elevaram em 0,5% a produção nacional de grãos, para 157,8 milhões de toneladas. Esse ajuste foi atribuído à recuperação verificada em parte das lavouras afetadas pela seca e à ampliação dos cultivos, principalmente do milho de inverno, que está em plena fase de plantio e deve ocupar 6,7 milhões de hectares pela primeira vez, com expansão de 14,1%.
O fato de as perdas nacionais se equipararem às do Paraná não significa que o impacto da seca seja pequeno. Por causa do La Niña, o estado perde a liderança na produção nacional de grãos para Mato Grosso. Considerando os números da Conab, a vantagem do estado do Centro-Oeste, que prevê safra 14,6% maior que a de 2010/11, será de 8 milhões de toneladas. Mato Grosso espera 35,5 milhões de toneladas, 22,5% da safra nacional.
Por outro lado, o Paraná não foi o estado mais afetado pelo clima. A quebra no Rio Grande do Sul é estimada pela Conab em 7,4 milhões de toneladas, ou 24,4% – para 21,4 milhões de toneladas de grãos. Se não fosse a ampliação das lavouras em outras regiões, esse volume teria de ser diminuído dos números nacionais. Além de forte quebra no milho e na soja, os produtores gaúchos reduziram as lavouras de arroz em 10%, para 118 mil hectares, e registram produção 20% menor (7 milhões de toneladas).
O mercado de commodities se voltou para a redução na produção brasileira de soja e milho, que somam 130 milhões de toneladas e representam 83% da safra nacional. A soja foi rebaixada a 68,75 milhões (t) pela Conab, volume 8,7% menor que o de 2010/11. No verão e no inverno, o milho deve chegar a 61,7 milhões de toneladas, com expansão de 7,5%.
Nesta sexta-feira, o setor monitora os novos números que serão divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Usda. Ontem, a soja subiu para US$ 13,32 o bushel (0,83%) na Bolsa de Chicago e atingiu R$ 47,36 a saca (1,13%) no Paraná, confirmando tendência de alta pela aperto entre oferta e demanda.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos monitorado pelo agronegócio, também soltou ontem levantamento prevendo queda na produção. Para 2012, projeta 157,5 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, volume que representa recuo de 1,5% em relação a 2011.
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José Rocher
Embora a produção de soja e milho de verão esteja em queda, a ampliação das lavouras vai evitar que a quebra climática tenha um impacto tão forte na temporada 2011/12. O levantamento divulgado ontem (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que o plantio de 1,79 milhão de hectares a mais – que aumentou a área agrícola brasileira em 3,6% – fez com que as perdas nacionais com a seca ficassem do mesmo tamanho das enfrentadas isoladamente pelo Paraná: 5 milhões de toneladas de grãos. O impacto, na comparação com a safra passada, é de 5,4% para o estado e de 3,1% para o país.
Os números da Conab, num momento em que todas as consultorias privadas estão reduzindo suas estimativas, trouxeram dados otimistas. Em relação ao levantamento de fevereiro, elevaram em 0,5% a produção nacional de grãos, para 157,8 milhões de toneladas. Esse ajuste foi atribuído à recuperação verificada em parte das lavouras afetadas pela seca e à ampliação dos cultivos, principalmente do milho de inverno, que está em plena fase de plantio e deve ocupar 6,7 milhões de hectares pela primeira vez, com expansão de 14,1%.
O fato de as perdas nacionais se equipararem às do Paraná não significa que o impacto da seca seja pequeno. Por causa do La Niña, o estado perde a liderança na produção nacional de grãos para Mato Grosso. Considerando os números da Conab, a vantagem do estado do Centro-Oeste, que prevê safra 14,6% maior que a de 2010/11, será de 8 milhões de toneladas. Mato Grosso espera 35,5 milhões de toneladas, 22,5% da safra nacional.
Por outro lado, o Paraná não foi o estado mais afetado pelo clima. A quebra no Rio Grande do Sul é estimada pela Conab em 7,4 milhões de toneladas, ou 24,4% – para 21,4 milhões de toneladas de grãos. Se não fosse a ampliação das lavouras em outras regiões, esse volume teria de ser diminuído dos números nacionais. Além de forte quebra no milho e na soja, os produtores gaúchos reduziram as lavouras de arroz em 10%, para 118 mil hectares, e registram produção 20% menor (7 milhões de toneladas).
O mercado de commodities se voltou para a redução na produção brasileira de soja e milho, que somam 130 milhões de toneladas e representam 83% da safra nacional. A soja foi rebaixada a 68,75 milhões (t) pela Conab, volume 8,7% menor que o de 2010/11. No verão e no inverno, o milho deve chegar a 61,7 milhões de toneladas, com expansão de 7,5%.
Nesta sexta-feira, o setor monitora os novos números que serão divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Usda. Ontem, a soja subiu para US$ 13,32 o bushel (0,83%) na Bolsa de Chicago e atingiu R$ 47,36 a saca (1,13%) no Paraná, confirmando tendência de alta pela aperto entre oferta e demanda.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos monitorado pelo agronegócio, também soltou ontem levantamento prevendo queda na produção. Para 2012, projeta 157,5 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, volume que representa recuo de 1,5% em relação a 2011.