O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de elevar a taxa básica de juros (Selic) em 5,25% já era esperada. Os especialistas de mercado ouvidos pelo Agrolink interpreta que a decisão é um “sinal evidente que a luta contra a inflação é, e continuará sendo, a prioridade número um” para o governo.
A alta generalizada e persistente dos preços está superando as projeções do mercado: No acumulado de 12 meses, o IPCA (inflação oficial) bateu em 8,06%, superando o teto da meta proposto pelo governo, que era de 5,25%. Inflação mais relacionada com o agronegócio (por abranger alimentos), o IGP-M está em alta de impressionantes 37,04%.
De acordo com Rodrigo Munareto, diretor do moinho Dona Alda Alimentos o impacto da alta da Selic é “direto e considerável, principalmente para as empresas que precisam recorrer a valores originados em bancos”. Segundo ele, as taxas de juros estão elevadas e, com a Selic subindo, a tendência é de que as taxas de juros se elevem também.
“Hoje os bancos oferecem diversas modalidades de operações, muitas delas atreladas à Selic, o que hoje se tornou uma dor de cabeça para quem fez operações há um tempo. Mas o impacto certamente vai ocorrer para quem precisa pegar dinheiro em banco. Vai ficar mais caro e, inevitavelmente, os juros ‘comem’ uma parte da rentabilidade do negócio. Quanto maior o juro, maior a ‘mordida’ no final do mês”, aponta Munareto.
As operações voltadas ao rural, no geral, estão ficando muito caras, ressalta o executivo. “Tem situações nas quais taxas de 1% ao mês é muito alta para o negócio. As operações de armazenagem longa de trigo, por exemplo, podem ser menores neste ano com essas novas taxas. O trigo estará muito caro, ao que tudo indica, com juros mais altos. Será complicado”, conclui.
Fonte: Agrolink
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