27
mar
2012
Agronegócio pede R$ 150 bilhões para custeio de safra 2012/13
Seab e entidades querem reduzir impacto de estiagem com o Plano Agrícola e Pecuário, apresentado ontem
Curitiba - As geadas registradas em 2011 e a estiagem prolongada do início deste ano, que impactaram significativamente na quebra da safra 2011/12 no Estado, nortearam as propostas de alterações feitas para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) de 2012/13, apresentadas ontem (26), em Curitiba, pela Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) e entidades do agronegócio ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Entre os pedidos está o aumento para R$ 150 bilhões do financiamento de custeio, comercialização e investimento disponibilizados pelas instituições financeiras nas diversas linhas de crédito, destinando R$ 22 bilhões para a Agricultura Familiar e R$ 128 bilhões para a Agricultura Empresarial - no plano passado este total ficou em R$ 107,2 bilhões. Além disso, o setor pede a estruturação e ampliação do sistema de seguro rural, redução da taxa de juros do crédito rural em 1% (de 6,75% ao ano para 5,75%), reajuste nos preços mínimos de acordo com a inflação no período para garantir uma renda mínima para o produtor se manter na atividade, além da diminuição de burocracia na liberação do crédito.
No total, são mais de 70 propostas para a melhoria das condições de produção e renda da agropecuária a fim de reduzir os efeitos da estiagem que afetou as lavouras de soja, milho e feijão, provocando prejuízos de até R$ 3,3 bilhões agricultores do Estado. ''Este conjunto de reivindicações demonstra que buscamos uma política agrícola mais agressiva às nossas dificuldades. Estamos vindo de uma geada no milho safrinha e de uma estiagem muito forte que atingiu os produtores de maneira drástica, impactando na produção de grãos. Esperamos que o governo federal leve em consideração este quadro na hora de apresentar o novo PAP'', ressaltou o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara.
De acordo com ele, o valor de R$ 107,2 bilhões disponibilizado no ano passado foi equivalente apenas à correção dos índices inflacionários. Para calcular o investimento para o PAP 2012/13, destacou Ortiagara, ''é necessário levar em consideração o aumento do limite de crédito por produtor e a elevação dos custos de produção, que na safra anterior foi em média 15% maior para os produtores paranaenses''.
O secretário também reforçou a importância do seguro rural. De acordo com Ortigara, sabe-se que a demanda dos produtores gira em torno de R$ 670 milhões, mas a Lei Orçamentária Anual (LOA) da União contempla apenas R$ 174 milhões, causando uma defasagem de R$ 496 milhões que poderia estimular a ampliação do seguro. ''O Paraná faz a sua parte timidamente, auxiliando os produtores de trigo, milho safrinha e do café. Queremos que, de fato, sejam alocados investimentos porque tivemos um ano difícil. Sem a previsão de recursos não dá nem para conversar. Então, nosso objetivo é negociar com o governo esta série de reivindicações'', alegou.
Entidades
A opinião é compartilhada por representantes das entidades do agronegócio paranaense, como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Para o assessor técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Pedro Loyola, há uma instabilidade no posicionamento das seguradoras em relação a este mercado. ''As empresas não sabem se o seguro rural vai crescer. Ficamos num vai e vem do governo federal e é preciso ter uma definição sobre a ampliação do processo para que o produtor não perca a credibilidade do seu produto. Não adianta ter crédito sem ter seguro'', explicou.
De acordo com José Roberto Ricken, superintendente da Ocepar, o encontro é de fundamental importância para o planejamento da próxima safra. Ele também diz que é necessário a modernização e aceleração na liberação do crédito. ''É necessário que isto seja automático. O produtor fica mais tempo levantando documentos solicitados pelos bancos do que na propriedade. Isso acaba fazendo com que ele opte por financiamentos mais ágeis, mas com juros mais altos. No fim das contas ele sai pagando mais caro'', diz.
Rubens Chueire Jr.
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Curitiba - As geadas registradas em 2011 e a estiagem prolongada do início deste ano, que impactaram significativamente na quebra da safra 2011/12 no Estado, nortearam as propostas de alterações feitas para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) de 2012/13, apresentadas ontem (26), em Curitiba, pela Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) e entidades do agronegócio ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Entre os pedidos está o aumento para R$ 150 bilhões do financiamento de custeio, comercialização e investimento disponibilizados pelas instituições financeiras nas diversas linhas de crédito, destinando R$ 22 bilhões para a Agricultura Familiar e R$ 128 bilhões para a Agricultura Empresarial - no plano passado este total ficou em R$ 107,2 bilhões. Além disso, o setor pede a estruturação e ampliação do sistema de seguro rural, redução da taxa de juros do crédito rural em 1% (de 6,75% ao ano para 5,75%), reajuste nos preços mínimos de acordo com a inflação no período para garantir uma renda mínima para o produtor se manter na atividade, além da diminuição de burocracia na liberação do crédito.
No total, são mais de 70 propostas para a melhoria das condições de produção e renda da agropecuária a fim de reduzir os efeitos da estiagem que afetou as lavouras de soja, milho e feijão, provocando prejuízos de até R$ 3,3 bilhões agricultores do Estado. ''Este conjunto de reivindicações demonstra que buscamos uma política agrícola mais agressiva às nossas dificuldades. Estamos vindo de uma geada no milho safrinha e de uma estiagem muito forte que atingiu os produtores de maneira drástica, impactando na produção de grãos. Esperamos que o governo federal leve em consideração este quadro na hora de apresentar o novo PAP'', ressaltou o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara.
De acordo com ele, o valor de R$ 107,2 bilhões disponibilizado no ano passado foi equivalente apenas à correção dos índices inflacionários. Para calcular o investimento para o PAP 2012/13, destacou Ortiagara, ''é necessário levar em consideração o aumento do limite de crédito por produtor e a elevação dos custos de produção, que na safra anterior foi em média 15% maior para os produtores paranaenses''.
O secretário também reforçou a importância do seguro rural. De acordo com Ortigara, sabe-se que a demanda dos produtores gira em torno de R$ 670 milhões, mas a Lei Orçamentária Anual (LOA) da União contempla apenas R$ 174 milhões, causando uma defasagem de R$ 496 milhões que poderia estimular a ampliação do seguro. ''O Paraná faz a sua parte timidamente, auxiliando os produtores de trigo, milho safrinha e do café. Queremos que, de fato, sejam alocados investimentos porque tivemos um ano difícil. Sem a previsão de recursos não dá nem para conversar. Então, nosso objetivo é negociar com o governo esta série de reivindicações'', alegou.
Entidades
A opinião é compartilhada por representantes das entidades do agronegócio paranaense, como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Para o assessor técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Pedro Loyola, há uma instabilidade no posicionamento das seguradoras em relação a este mercado. ''As empresas não sabem se o seguro rural vai crescer. Ficamos num vai e vem do governo federal e é preciso ter uma definição sobre a ampliação do processo para que o produtor não perca a credibilidade do seu produto. Não adianta ter crédito sem ter seguro'', explicou.
De acordo com José Roberto Ricken, superintendente da Ocepar, o encontro é de fundamental importância para o planejamento da próxima safra. Ele também diz que é necessário a modernização e aceleração na liberação do crédito. ''É necessário que isto seja automático. O produtor fica mais tempo levantando documentos solicitados pelos bancos do que na propriedade. Isso acaba fazendo com que ele opte por financiamentos mais ágeis, mas com juros mais altos. No fim das contas ele sai pagando mais caro'', diz.
Rubens Chueire Jr.