26
jun
2018
Agroindústria segue impulsionando PIB do agronegócio em 2018

O agronegócio brasileiro deve crescer 3,17% em PIB-volume em 2018, conforme indicam dados do primeiro trimestre do ano, analisados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em 2018, o impulso ao setor vem dos elos industriais, diante da relativa estabilidade prevista para o PIB-volume do segmento primário.

Segundo pesquisadores do Cepea, assim como mencionado no relatório anterior, a agroindústria brasileira vem demonstrando reação desde o segundo semestre de 2017, influenciada pelos sinais de recuperação da economia brasileira. Importante se avaliar que, mesmo com evolução em volume apresentada pelo agronegócio como um todo, este movimento não vem sendo acompanhado no mesmo ritmo pela evolução em número ocupações no mercado de trabalho do setor, com exceção da agroindústria, que teve crescimento mais expressivo em produção e emprego.

Quantos aos preços, as estimativas atuais apontam para perda de 7,6% nos preços relativos do agronegócio, indicando que os produtos do setor estão se desvalorizando frente à média da economia. Assim como observado em 2017, a pressão baixista da média de preços reais de produtos do agronegócio acabou suprimindo a evolução significativa em volume de produção e, com isso, estima-se queda de 4,7% no PIB-renda anual do setor. Entre os segmentos, a redução do PIB-renda é pressionada especialmente pelo primário, para o qual o recuo é estimado em 19,1%.

Ressalta-se que, como a variação é calculada a partir da comparação entre os preços do primeiro trimestre de 2018 e do trimestre de 2017, a expressiva queda atrela-se também ao fato de que esse trimestre foi o de preços mais altos em 2017. Então, à medida que a comparação anual passe a incluir mais meses (nas próximas estimativas do PIB), avalia-se que a taxa negativa terá sua magnitude amenizada ou mesmo levemente revertida. Essa avaliação é ainda reforçada pela perspectiva de aumento de preços de alguns produtos do agronegócio nos próximos meses, como o algodão, o milho, a soja, o trigo e hortifrutícolas.

 

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