29
dez
2011
Agricultores torcem por verão chuvoso para assegurar a safra
Clima das próximas duas semanas será determinante para a produção de soja e milho no estado
Carlos Guimarães Filho
Enquanto os veranistas esperam céu limpo com sol forte para aproveitar a temporada nas praias do Litoral, os agricultores paranaenses torcem para que o clima seja chuvoso. Nuvens carregadas vão representar a salvação das lavouras de grãos nas duas primeiras semanas de 2012. Caso o tempo fique seco, as perdas podem alcançar 30% na soja e no milho.
A irregularidade e a escassez das chuvas estão relacionadas ao La Niña, teoricamente mais fraco que o do último verão. Os problemas começaram a ser sentidos no início de dezembro e foram atenuados nos últimos dias, com o tempo nublado e as precipitações isoladas. O temor geral é que já tenham ocorrido danos irreversíveis, uma vez que dois terços das lavouras estão em períodos decisivos, como floração e frutificação.
A queda no volume das precipitações verificada em novembro e dezembro provocou uma diminuição significativa da umidade no solo. O sinal de alerta foi acesso na maior parte do estado, principalmente na Região Oeste, uma das principais produtoras de grãos.
“O solo está muito seco e chuvas que não superem 30 milímetros não vão umedecê-lo”, conta o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia. O quadro era previsto desde setembro, quando o plantio foi antecipado, estratégia que não poupou as lavouras da falta d’água.
A situação mais grave é a do milho, pela maior dificuldade que essa cultura tem de se recuperar de períodos de estiagem, na comparação com a soja. Cerca de 40% das lavouras do cereal estão frutificação e podem apresentar espigas malformadas.
As dificuldades climáticas identificadas no Paraná afetam também Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Paraguai e da Argentina. Os primeiros relatórios com números sobre os efeitos da estiagem devem sair nos próximos dias.
Déficit
Chuvas têm sido fracas e esparsas
As condições meteorológicas do Paraná devem mudar nos próximos dias. De acordo com Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia, vai chover mais no estado em janeiro do que nos meses de novembro e dezembro. Porém não serão períodos longos de precipitações. E pode faltar umidade em algumas regiões produtoras do estado. “Se for assim, pode haver perdas pontuais”, aponta Santos.
Mesmo esparsas e em dose limitada, as chuvas prometem contribuir para aumentar a umidade do solo. O ideal seria a reposição do déficit hídrico acumulado desde novembro, mas mesmo que isso não ocorra totalmente, um pouco de umidade faria a diferença para as lavouras de soja e de milho.
“O solo está com déficit hídrico de 30%. Para que a situação volte ao normal, são necessários 60 milímetros de chuva de boa qualidade, bem distribuídas”, diz. A situação mais crítica para a soja vem sendo registrada na faixa entre Maringá e Palotina – do Noroeste ao Oeste. Quanto ao milho, todas as lavouras do estado estariam em risco.
Para o especialista, se chover apenas na segunda quinzena de janeiro, as perdas são inevitáveis. “Daí não salva mais. O potencial produtivo já terá sido afetado e a produtividade não vai alcançar o teto estipulado”, afirma.
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Carlos Guimarães Filho
Enquanto os veranistas esperam céu limpo com sol forte para aproveitar a temporada nas praias do Litoral, os agricultores paranaenses torcem para que o clima seja chuvoso. Nuvens carregadas vão representar a salvação das lavouras de grãos nas duas primeiras semanas de 2012. Caso o tempo fique seco, as perdas podem alcançar 30% na soja e no milho.
A irregularidade e a escassez das chuvas estão relacionadas ao La Niña, teoricamente mais fraco que o do último verão. Os problemas começaram a ser sentidos no início de dezembro e foram atenuados nos últimos dias, com o tempo nublado e as precipitações isoladas. O temor geral é que já tenham ocorrido danos irreversíveis, uma vez que dois terços das lavouras estão em períodos decisivos, como floração e frutificação.
A queda no volume das precipitações verificada em novembro e dezembro provocou uma diminuição significativa da umidade no solo. O sinal de alerta foi acesso na maior parte do estado, principalmente na Região Oeste, uma das principais produtoras de grãos.
“O solo está muito seco e chuvas que não superem 30 milímetros não vão umedecê-lo”, conta o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia. O quadro era previsto desde setembro, quando o plantio foi antecipado, estratégia que não poupou as lavouras da falta d’água.
A situação mais grave é a do milho, pela maior dificuldade que essa cultura tem de se recuperar de períodos de estiagem, na comparação com a soja. Cerca de 40% das lavouras do cereal estão frutificação e podem apresentar espigas malformadas.
As dificuldades climáticas identificadas no Paraná afetam também Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Paraguai e da Argentina. Os primeiros relatórios com números sobre os efeitos da estiagem devem sair nos próximos dias.
Déficit
Chuvas têm sido fracas e esparsas
As condições meteorológicas do Paraná devem mudar nos próximos dias. De acordo com Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia, vai chover mais no estado em janeiro do que nos meses de novembro e dezembro. Porém não serão períodos longos de precipitações. E pode faltar umidade em algumas regiões produtoras do estado. “Se for assim, pode haver perdas pontuais”, aponta Santos.
Mesmo esparsas e em dose limitada, as chuvas prometem contribuir para aumentar a umidade do solo. O ideal seria a reposição do déficit hídrico acumulado desde novembro, mas mesmo que isso não ocorra totalmente, um pouco de umidade faria a diferença para as lavouras de soja e de milho.
“O solo está com déficit hídrico de 30%. Para que a situação volte ao normal, são necessários 60 milímetros de chuva de boa qualidade, bem distribuídas”, diz. A situação mais crítica para a soja vem sendo registrada na faixa entre Maringá e Palotina – do Noroeste ao Oeste. Quanto ao milho, todas as lavouras do estado estariam em risco.
Para o especialista, se chover apenas na segunda quinzena de janeiro, as perdas são inevitáveis. “Daí não salva mais. O potencial produtivo já terá sido afetado e a produtividade não vai alcançar o teto estipulado”, afirma.