17
mar
2014
Agricultores estão otimistas para o segundo semestre
Apesar da quebra na safra da soja, produtores paranaenses ainda acreditam no potencial do agronegócio, segundo dados coletados durante o Rally da Safra
"O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade." Na célebre frase proferida pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill, em meados do século XX, há dois perfis de pessoa e, indubitavelmente, os produtores paranaenses se encaixam como uma luva no segundo tipo.
Em meio há uma quebra de safra de 2,1 milhões de toneladas no Paraná – sendo 2 milhões de soja e 100 mil toneladas de milho – e prejuízo que passa de R$ 2,2 bilhões, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab), os agricultores continuam animados com a comercialização de grãos do segundo semestre, seja ela de soja - apesar do possível mercado em retração -, milho ou trigo.
A FOLHA acompanhou esta semana uma das etapas do Rally da Safra, projeto iniciado há 11 anos pela Agroconsult, cujo objetivo é realizar um levantamento técnico privado da safra vigente, avaliando as condições das lavouras de soja e milho por todo o País.
A bordo de umas das caminhonetes da equipe cinco - de um total de oito times -, a reportagem conversou com grandes produtores e empresas de São Jerônimo da Serra, Piraí do Sul e Carambeí, as duas últimas localizadas na região dos Campos Gerais do Estado. No trajeto, foi possível encontrar produtores que não sofreram nenhuma quebra neste início de ano, enquanto outros, a poucos quilômetros, perderam muito dinheiro. Em comum entre eles, o otimismo com o que acontecerá no segundo semestre do ano e o ânimo em relação ao agronegócio de maneira geral.
Ao final do trabalho, que termina no fim deste mês, será possível mensurar as características técnicas e econômicas das lavouras e analisar a conjuntura do mercado. Os resultados serão divulgados no dia 1º de abril, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A FOLHA, entretanto, conseguiu acesso a alguns resultados preliminares do Paraná, durante um evento realizado para produtores na cidade de Ponta Grossa.
Até o momento, de acordo com números da Agroconsult, a expectativa para a produtividade da soja no Paraná é fechar em 51 sacas por hectare na safra 2013/14, de acordo com coletas nas regiões Sudoeste, Oeste e Norte do Estado. Antes do Rally, a consultoria estimava algo em torno de 56 sacas por hectare. "A queda na produtividade prejudicou as margens de lucro dos produtores paranaenses. Porém, mesmo com essa tendência, quem colheu conseguirá rentabilidade positiva", explica o analista de mercado Fábio Meneguin.
Apesar da quebra, o cenário é de volume elevado de soja no mercado. Meneguin explica que o bushel ainda permanece na casa dos US$ 14 porque os produtores argentinos – que tiveram uma bela colheita, que deve fechar em até 56 milhões de toneladas – estão segurando o produto em estoque e não estão "despejando no mercado". Além disso, os problemas de logística no Brasil também influenciam a situação. "A safra argentina foi boa porque a chuva que não veio para cá acabou ficando por lá devido ao bloqueio atmosférico. A produção mundial deve fechar o ano em 287 milhões de toneladas, com estoque de 68 milhões, o que deve fazer o produto chegar a US$ 11,5 no final do ano", complementa o especialista.
Por fim, o consultor comenta que a safra de soja desse ano deve fechar, em média, 6% mais cara que a 2012/13, algo em torno de R$ 1,5 mil por hectare. "Com esses fundamentos baixistas de mercado, aconselho ao produtor que faça a comercialização antecipada, sem esperar muito para ver o que acontecerá no segundo semestre", finaliza ele.
Victor Lopes
"O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade." Na célebre frase proferida pelo ex-primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill, em meados do século XX, há dois perfis de pessoa e, indubitavelmente, os produtores paranaenses se encaixam como uma luva no segundo tipo.
Em meio há uma quebra de safra de 2,1 milhões de toneladas no Paraná – sendo 2 milhões de soja e 100 mil toneladas de milho – e prejuízo que passa de R$ 2,2 bilhões, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná (Seab), os agricultores continuam animados com a comercialização de grãos do segundo semestre, seja ela de soja - apesar do possível mercado em retração -, milho ou trigo.
A FOLHA acompanhou esta semana uma das etapas do Rally da Safra, projeto iniciado há 11 anos pela Agroconsult, cujo objetivo é realizar um levantamento técnico privado da safra vigente, avaliando as condições das lavouras de soja e milho por todo o País.
A bordo de umas das caminhonetes da equipe cinco - de um total de oito times -, a reportagem conversou com grandes produtores e empresas de São Jerônimo da Serra, Piraí do Sul e Carambeí, as duas últimas localizadas na região dos Campos Gerais do Estado. No trajeto, foi possível encontrar produtores que não sofreram nenhuma quebra neste início de ano, enquanto outros, a poucos quilômetros, perderam muito dinheiro. Em comum entre eles, o otimismo com o que acontecerá no segundo semestre do ano e o ânimo em relação ao agronegócio de maneira geral.
Ao final do trabalho, que termina no fim deste mês, será possível mensurar as características técnicas e econômicas das lavouras e analisar a conjuntura do mercado. Os resultados serão divulgados no dia 1º de abril, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A FOLHA, entretanto, conseguiu acesso a alguns resultados preliminares do Paraná, durante um evento realizado para produtores na cidade de Ponta Grossa.
Até o momento, de acordo com números da Agroconsult, a expectativa para a produtividade da soja no Paraná é fechar em 51 sacas por hectare na safra 2013/14, de acordo com coletas nas regiões Sudoeste, Oeste e Norte do Estado. Antes do Rally, a consultoria estimava algo em torno de 56 sacas por hectare. "A queda na produtividade prejudicou as margens de lucro dos produtores paranaenses. Porém, mesmo com essa tendência, quem colheu conseguirá rentabilidade positiva", explica o analista de mercado Fábio Meneguin.
Apesar da quebra, o cenário é de volume elevado de soja no mercado. Meneguin explica que o bushel ainda permanece na casa dos US$ 14 porque os produtores argentinos – que tiveram uma bela colheita, que deve fechar em até 56 milhões de toneladas – estão segurando o produto em estoque e não estão "despejando no mercado". Além disso, os problemas de logística no Brasil também influenciam a situação. "A safra argentina foi boa porque a chuva que não veio para cá acabou ficando por lá devido ao bloqueio atmosférico. A produção mundial deve fechar o ano em 287 milhões de toneladas, com estoque de 68 milhões, o que deve fazer o produto chegar a US$ 11,5 no final do ano", complementa o especialista.
Por fim, o consultor comenta que a safra de soja desse ano deve fechar, em média, 6% mais cara que a 2012/13, algo em torno de R$ 1,5 mil por hectare. "Com esses fundamentos baixistas de mercado, aconselho ao produtor que faça a comercialização antecipada, sem esperar muito para ver o que acontecerá no segundo semestre", finaliza ele.
Victor Lopes
Fonte: Folha Web