14
abr
2010
Agricultores do Paraná estão com problemas para armazenar a soja colhida
Agricultores do Paraná estão com problemas para armazenar a soja colhida. Nem as cooperativas do Estado esperavam um volume tão grande. Os grãos estão sendo guardados a céu aberto.

Direto do campo para o asfalto e não é em cima de caminhão. A produção de soja foi tanta que parte da safra ficou sem espaço para ser estocada. O problema é que a indústria não vem acompanhando o ritmo das lavouras que a cada ano aumentam a produtividade.

“Nós precisamos continuar investindo nesta área e buscar programas governamentais que incentivem mais a armazenagem. A armazenagem não é uma indústria que se da lucratividade. A armazenagem é um ponto de apoio da indústria. Então, você não tem lucro com a armazenagem”, explicou Dilvo Grolli, presidente da cooperativa.

Não traz lucro, mas a falta pode custar caro. A conta é simples: há muita soja para pouco armazém. Por isso, em uma das maiores cooperativas do país até as ruas viraram silos. Na falta de um espaço adequado a soja corre o risco de estragar.

Só na Coopavel a defasagem chega a 30 mil toneladas de um total de 800 mil que recebeu dos agricultores. Ao primeiro sinal de chuva é preciso correr para cobrir os grãos. O prazo máximo para que a soja fique a céu aberto é de 45 dias. Já se passaram 20 dias. De acordo com o IBGE, foram colhidos no Paraná mais de 14 milhões de toneladas de soja. Houve um aumento de cerca de 50% em relação à safra de 2009.

O caminhoneiro, que viaja por toda a região, diz que a situação se repete em outras cidades. “No mínimo em oito filiais que passei têm soja armazenada ao ar livre”, contou o caminhoneiro Reinaldo Oliveira.

Os carros e caminhões precisam desviar das montanhas de soja. Até a vista do posto de gasolina que fica dentro da cooperativa mudou. “Estou acostumado a ver soja dentro do caminhão e dos armazéns, mas não em frente ao posto”, disse o frentista Maciri Taborda.

O Paraná é o segundo maior produtor nacional de soja. Só fica atrás de Mato Grosso.

 

Fonte: Globo Rural
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