O escritório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Brasil alterou as previsões do órgão para o mercado de trigo no Brasil. De acordo com o novo relatório publicado nesta quarta-feira (22.06), a produção brasileira do cereal de inverno na safra 2016/17 é estimada em 6 milhões de toneladas, contra as 5,3 milhões de toneladas previstas no último dia 10 de junho em Washington (DC).
Nas importações, o cenário se inverte: o Brasil compraria 5,3 milhões de toneladas no exterior, contra 6 milhões de toneladas projetadas anteriormente pelo USDA. Deste montante, nada viria dos Estados Unidos.
As alterações já haviam sido adiantadas pela Consultoria Trigo & Farinhas, que vai além: “Se os moinhos absorverem toda a produção nacional, sem deixar volume para a exportação, muito provavelmente o volume das importações será menor do que os 'dois' USDA estimam”, prevê o analista sênior da T&F, Luiz Carlos Pacheco.
A previsão da Consultoria Trigo & Farinhas é de uma importação de 4,6 milhões de toneladas, que viriam totalmente de dentro do Mercosul (Paraguai e Argentina), com zero dos Estados Unidos e Canadá. Quanto às exportações brasileiras de trigo, Washington estimou em 1 milhão de toneladas e Brasília 900 mil toneladas, ao passo que a T&F estima em zero exportações, prevendo um trigo de boa qualidade nesta safra, que serão integralmente absorvidas pelos moinhos brasileiros.
A eventual produção de trigo forrageiro nesta safra também seria absorvida integralmente pelas fábricas de ração do país (porque a falta de milho poderá continuar), não deixando volume para exportação nesta safra. Já para a safra 2017/18, a Consultoria Trigo & Farinhas prevê a produção proposital e planejada de trigo forrageiro no Rio Grande do Sul e um volume de exportação entre 800 a 1,0 milhão de toneladas naquele estado.
“O principal fator nesta história é o clima, que está correspondendo rigorosamente até agora às previsões feitas pelos institutos de meteorologia de dentro e de fora do país e que deverá resultar em uma safra de boa qualidade e boa produtividade para a temporada 2016/17 no Brasil. O único problema que poderá estragar tudo é a geada, a conferir”, conclui Pacheco.
Fonte: Agrolink
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