Foi lançada ontem (22/10), na capital paulista, a campanha Plante Refúgio, liderada pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) e que pretende, em parceria com empresas de sementes de milho, orientar os produtores de milho para o uso correto das áreas de refúgio nas lavouras de milho Bt - o milho geneticamente modificado resistente a insetos.

'O plantio de área de refúgio é uma recomendação das indústrias para garantir ao produtor prolongar a vida útil da tecnologia Bt', explica o superintendente executivo da Abrasem, José Américo Pierre Rodrigues. 'Não existe determinação legal, mas o produtor precisa estar consciente de que o refúgio é necessário a médio e longo prazo para garantir a produtividade da lavoura'.

Áreas de refúgio são áreas de milho convencional adjacentes à área cultivada com milho Bt, com a finalidade de evitar a propagação de eventuais insetos resistentes à tecnologia. De acordo com Rodrigues, a prática é uma das ferramentas de Manejo de Resistência a Insetos mais eficazes e é utilizada em todos os países que em que há culturas geneticamente modificadas com uso da tecnologia Bt.

A campanha Plante Refúgio é resultado de um grupo de trabalho da Abrasem e coordenado pela Associação Paulista dos Produtores de Sementes (APPS), do qual fazem parte técnicos das empresas produtoras de sementes. As empresas já vinham orientando os produtores sobre o plantio de refúgio no momento da compra das sementes, mas agora devem aproveitar as informações, material de divulgação e site da campanha para atingir um número cada vez maior de milhocultores.

As recomendações da Abrasem e das empresas para o refúgio incluem respeitar 10% da área de milho Bt para o grão convencional, a um limite máximo de 800 metros de distância entre qualquer planta GM e qualquer planta na área de refúgio. Algumas possibilidades de 'desenho' da lavoura, utilizando refúgio, estão disponíveis no site da campanha (www.planterefugio.com.br).

Sobre a Abrasem
A Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) representa os produtores de sementes e mudas no Brasil, a parte inicial do ciclo de produção agrícola, apoiada nas pesquisas e desenvolvimento de variedades de plantas que mais se adaptem às variadas regiões geográficas do País.

Fundada em 1972, a Abrasem reúne 14 associações de produtores de sementes e de pesquisa (obtentores) e congrega 620 associados, entre entidades estaduais, associações representativas de todo o setor de sementes, obtentores e usuários, 4 mil técnicos e 15 mil vendedores, além de gerar cerca de 220 mil empregos indiretos.

A entidade atua junto a membros das áreas de pesquisa, produção, multiplicação, beneficiamento, armazenamento e comercialização com o objetivo de obter uma representação mais forte e atuante do setor.

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