09
jun
2015
A safra de trigo de 2014/15 foi maior do que se esperava e a próxima poderá ser recorde

A Consultoria Trigo & Farinhas divulgou seu segundo levantamento da situação da safra 2015/16 de trigo no Brasil e no Mercosul, estimando uma redução de 7,81% na área plantada em nosso país, mas, com o aumento da produtividade diante do clima favorável, projeta, por enquanto, também um aumento de produção da ordem de 7,13 milhões de toneladas, cerca de 4,70% a mais do que a safra anterior.

A safra do Mercosul para 2015/16, que compreende Brasil Argentina, Paraguai e Uruguai, está projetada para ser de 20,38 milhões de toneladas, cerca de 2,81% menor do que a safra atual, com um detalhe importante: a Argentina está fazendo estoques de 3,2 milhões de toneladas, que deverão ser vendidos na próxima temporada, baixando para zero as importações de fora do Bloco, especialmente dos Estados Unidos e do Canadá.

Para fazer o quadro de oferta e demanda desta safra, porém, a consultoria teve que fazer ajustes na produção da safra anterior, segundo Luiz Carlos Pacheco, analista sênior. “Há dois fatores que apontam para erros na estimativa da safra passada: a) os moinhos estão abastecidos até julho; b) estamos tendo uma importação 13,73% menor do que se esperava. Isto só pode significar que a safra brasileira de trigo de 2014/15 foi maior”, conclui Pacheco. Mas, há outro dado: as estimativas oficiais falam que a safra gaúcha foi de apenas 1.516,2 mil toneladas quando, somente as exportações deste estado, pesadas quilo a quilo pelas balanças do porto de Rio Grande, atingiram 1,504,0 mil toneladas. Se assim fosse, portanto, os moinhos gaúchos não teriam comprado absolutamente nada de trigo local para moer, o que também não é verdade. Para uma moagem de 1,5 milhão de toneladas o estado importou apenas 223 mil toneladas, significando que deve ter adquirido localmente pelo menos 1,3 milhão de toneladas. Assim, a safra gaúcha de 2014/15 foi reavaliada pela Consultoria Trigo & Farinhas em 2,36 milhões de toneladas.

A repercussão disto sobre os preços é evidente: na semana terminada em 06 de junho os preços pagos aos produtores recuaram -0,78% para R$ 29,22/saca no RS e -2,09%, para R$ 34,95/saca no PR. “Mas, isto se refere apenas aos preços do trigo disponível, da safra passada”, afirma Pacheco. “Os preços da próxima temporada estão maiores e apresentam lucro de 12,46% (R$ 39,34/sc) no Paraná e 15,37% (R$ 31,97/sc) no Rio Grande do Sul”, afirma o analista, demonstrados em sua Análise Semanal, divulgada na última sexta-feira.

Como todos os agricultores sabem, porém, a produção agrícola é muito instável e tanto o clima quanto os preços podem mudar até a colheita. Por isso, seria necessário aproveitar as oportunidades que o mercado oferece agora para fixar os preços lucrativos que o mercado futuro está proporcionando.

 

Fonte: Cultivar

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