26
nov
2013
A ordem é produzir mais com menos
Países da América do Sul precisam acessar tecnologia para reduzir déficit de rendimentos; legislação é um dos desafios a serem vencidos
Com rendimentos comparados aos dos Estados Unidos, lavouras brasileiras de soja evitam maiores quedas na produtividade sul-americana
Igor Castanho, enviado especial
A América do Sul precisa usar melhor as tecnologias disponíveis para ganhar em produtividade e evitar desmatamentos. Estudo apresentado pelo representante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) durante o 1.º Fórum de Agricultura da América do Sul mostra que o rendimento médio das lavouras da região está 52% inferior ao seu potencial máximo. Para Alejandra Sarquis, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a biotecnologia é uma das principais cartas que o agronegócio sul-americano tem na manga e que pode ser explorada.
Sarquis participou do painel que discutiu tendências da biotecnologia e biossegurança. Ela lembrou que o grupo representado por Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai planta 65 milhões de hectares com sementes geneticamente modificadas. A marca corresponde a 38% da produção mundial (170 milhões de hectares). Os campos brasileiros e argentinos estão entre os mais tecnificados. Já nações como a Bolívia sofrem com a baixa disponibilidade de tecnologias. Atualmente, há apenas uma variedade de soja liberada para plantio no país vizinho.
Espaço aberto
Para o diretor do Departamento de Agricultura da OCDE, Ken Ash, se os recursos disponíveis para o cultivo de alimentos forem explorados ao máximo, é possível reduzir o atual “gap” de produtividade das lavouras dos seis países. “Se for reduzido em 20% apenas nos países em desenvolvimento a produção mundial de cereais vai crescer 5% e os preços podem cair até 20%”, estima. Além da América do Sul, regiões da África subsaariana e Europa Oriental estão com o maior déficit de produtividade. Na América do Norte, o gap está em 33%, conforme a OCDE.
As legislações vigentes em alguns países do bloco são alguns dos gargalos a serem vencidos. “Os países do bloco precisam ter maior sincronia na aprovação de novas cultivares, para favorecer as exportações”, enfatizou João Antonio Fagundes Salomão, coordenador-geral de Pecuária e Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa). No caso do Chile, toda a produção é destinada à exportação, já que existem restrições ao consumo interno. “Mas está havendo uma mudança paulatina”, diz Sarquis.
Com rendimentos comparados aos dos Estados Unidos, lavouras brasileiras de soja evitam maiores quedas na produtividade sul-americana
Igor Castanho, enviado especial
A América do Sul precisa usar melhor as tecnologias disponíveis para ganhar em produtividade e evitar desmatamentos. Estudo apresentado pelo representante da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) durante o 1.º Fórum de Agricultura da América do Sul mostra que o rendimento médio das lavouras da região está 52% inferior ao seu potencial máximo. Para Alejandra Sarquis, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a biotecnologia é uma das principais cartas que o agronegócio sul-americano tem na manga e que pode ser explorada.
Sarquis participou do painel que discutiu tendências da biotecnologia e biossegurança. Ela lembrou que o grupo representado por Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai planta 65 milhões de hectares com sementes geneticamente modificadas. A marca corresponde a 38% da produção mundial (170 milhões de hectares). Os campos brasileiros e argentinos estão entre os mais tecnificados. Já nações como a Bolívia sofrem com a baixa disponibilidade de tecnologias. Atualmente, há apenas uma variedade de soja liberada para plantio no país vizinho.
Espaço aberto
Para o diretor do Departamento de Agricultura da OCDE, Ken Ash, se os recursos disponíveis para o cultivo de alimentos forem explorados ao máximo, é possível reduzir o atual “gap” de produtividade das lavouras dos seis países. “Se for reduzido em 20% apenas nos países em desenvolvimento a produção mundial de cereais vai crescer 5% e os preços podem cair até 20%”, estima. Além da América do Sul, regiões da África subsaariana e Europa Oriental estão com o maior déficit de produtividade. Na América do Norte, o gap está em 33%, conforme a OCDE.
As legislações vigentes em alguns países do bloco são alguns dos gargalos a serem vencidos. “Os países do bloco precisam ter maior sincronia na aprovação de novas cultivares, para favorecer as exportações”, enfatizou João Antonio Fagundes Salomão, coordenador-geral de Pecuária e Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa). No caso do Chile, toda a produção é destinada à exportação, já que existem restrições ao consumo interno. “Mas está havendo uma mudança paulatina”, diz Sarquis.
Fonte: Gazeta do Povo