Na visão do analista sênior da Consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco, a alta dos preços dos trigos forrageiros indica que o cereal de inverno segue sendo uma boa opção para o produtor. “Como os agricultores do Sul do País têm um medo enorme (e justificado) do clima, que pode estragar tudo antes da colheita, há um recado latente: Plantem, porque se o clima estragar o trigo, ele ainda valerá um bom dinheiro”, afirma.

“Pedimos a um grande cerealista para nos fazer um cálculo atualizado dos custos de desembolso do trigo nesta safra (para ficarmos mais próximos ao pensamento dos agricultores). Sabemos que ele leva os custos à risca, atualizados todos os dias, por isso foi o nosso escolhido. Ele chegou à conclusão de que o custo do desembolso do trigo para a safra 2016/17 estaria ao redor de R$ 1.240,00/hectare, para uma produtividade de 50 sacas, o que daria um custo de R$ 24,80/saca. Ora, o preço oferecido pelas indústrias de ração pelo trigo forrageiro hoje está ao redor de R$ 44,99/saca, o que geraria um lucro de 81,44%! Isto, se der tudo errado com o clima”, explica Pacheco.

O analista aponta pelo menos duas razões para esse otimismo: o primeiro é que “os meteorologistas de dentro e de fora do país estão prevendo clima muito favorável para a produção de trigo nesta safra. Todos falam, inclusive, que não deverá haver chuvas na colheita. Então, há uma grande probabilidade de haver não apenas uma boa produtividade, como boa qualidade e, com elas, bons lucros”.

O segundo fator é que, “se der tudo errado, há também uma grande chance de você vender bem o trigo forrageiro que eventualmente produzir, porque os problemas que o milho está enfrentando em nosso país e, com ele, o das fábricas de ração e produtores de carne deverão manter alta a demanda por trigo forrageiro e, com ela, preços satisfatórios (provavelmente não os atuais, mas, ainda assim, lucrativos)”.