23
set
2010
“La Niña” pode afetar o cultivo de soja em grande parte de América do Sul

 

Os setores afetados pelo fenômeno climático seriam a zona núcleo agrícola argentina, Mesopotâmia, Paraguai e os estados do sul do Brasil. Assim alertou Anthony Deane (Weather Wise).

O fenômeno denominado “La Niña” não gerou, até o momento, nenhum impacto climático nas regiões produtivas argentinas. Mas o mesmo não pode ser descartado no momento de desenhar a estratégia produtiva de grãos do ciclo 2010/2011.

Neste cenário, o titular da consultora Weather Wise Argentina, Anthony Deane, advertiu nesta quarta-feira (22) ao Infocampo.com.ar que os efeitos de “La Niña” afetarão seriamente as produções de soja de segunda na maior parte do setor da América do Sul.

“O fenômeno (associado a chuvas inferiores às habituais) incluirá vários setores da zona núcleo agrícola argentina, Mesopotâmia, Paraguai e os estados do sul do Brasil até São Paulo”, alertou Deane.
“Se o cultivo de soja de segunda se salvar de um golpe de calor em dezembro, muito provavelmente uma geada o afete em meados de abril; quer dizer, de uma ou outra forma tem grandes possibilidades de fracassar” (a semeadura de soja de segunda), disse Deane.

Nesse sentido, o titular da Weather Wise recomendou, na medida do possível, evitar semear soja de segunda no setor leste da região pampeana e do litoral. “Quem fizer seguramente perderá dinheiro porque esta é uma campanha na qual se favorecerá quem semear precocemente”, disse Deane.
No entanto, outro cultivo que correrá riscos é o milho. “Neste caos tem uma questão muito delicada pela possível presença de geadas tardias, já que é muito provável que sejam registradas rajadas de ar frio na primeira quinzena de novembro”, projetou Deane.

Por outro lado, durante a presente campanha 2010/2011, sobre os setores de NOA e sul da Bolívia seriam registrados os efeitos contrários: um regime de chuvas superior ao habitual.

Deane explicou que os principais centros climáticos internacionais indicam que o evento “Niña” nesta campanha 2010/2011 é “moderado”, e este conceito não deve ser extrapolado de maneira direta no âmbito dos impactos agronômicos promovido por esse efeito climático.

“O que deve se levado em conta é que o fenômeno vai ser incrementado de acordo com o passar das semanas, então não tem possibilidade de que a semeadura de soja de segunda não fracasse”, completou o titular da Weather Wise Argentina.

A possibilidade de um fracasso na colheita de soja sul-americana no ciclo 2010/2011 é um dos fatores que nas últimas jornadas impulsionaram os preços da oleaginosa no mercado de Chicago (CME Group).

Fonte: E-campo - Tradução Portal Agrolink
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