Uma homenagem aos profissionais que aliam produção agrícola à preservação dos recursos naturais
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que, devido o aumento da população, será necessário aumentar em 70% a produção mundial de alimentos até 2050. Para atender a esta demanda, o engenheiro agrônomo tem um papel fundamental, pois é ele quem vai propor soluções em produtos e serviços e orientar os agricultores sobre as melhores práticas, como o uso racional dos recursos naturais, visando produzir mais, melhor e sempre de forma responsável, alimentos para atender a crescente demanda mundial.
Inspirado pelo Dia do Engenheiro Agrônomo, comemorado nesta quarta-feira, 12 de outubro, o Portal Agrolink falou com grandes profissionais para analisarem o papel dos agrônomos na sociedade contemporânea e os seus desafios para o futuro.
Desde a regulamentação da profissão, em 1933, muitas mudanças ocorreram e atualmente o profissional de agronomia deve ter um perfil muito mais completo. Mais do que conhecer a parte técnica, deve ajudar o cliente a entender melhor diversos aspectos, que vão desde questões diretamente ligadas à plantação, até aspectos mais amplos como tendências de mercado e negócios. “Hoje, a agricultura com as demandas mundiais e a necessidade de ser cada vez mais eficiente, exige a participação de um profissional capacitado para a gestão de recursos naturais e que use conhecimento para gerar renda”, observa o engenheiro agrônomo e gestor técnico da Cooplantio, Dirceu Gassen.
O desafio também é grande para as escolas formadoras, pois o projeto pedagógico do curso deve estar sempre ajustado às demandas. Conforme Gassen, saber teclar, conhecer informática, ter uma câmara digital e dominar a língua inglesa são princípios básicos de um profissional que atende as demandas da agricultura atual.
O perfil do novo engenheiro agrônomo está ligado a um novo panorama energético, um cenário de globalização e mudanças organizacionais, e essa nova realidade envolve responsabilidade social e ambiental. Para Gassen, é adequada a presença da opinião agronômica na estruturação do Código Florestal. “Temos a necessidade de preservar recursos naturais. Essa é uma exigência da humanidade e a continuidade de um ambiente sadio”. Contudo, ele lembra que é necessário desenvolver uma legislação com certa passionalidade. “O que foi Lei ou permitido no passado é uma situação que pode ser revertida, mas não com punição, e sim com um benefício. E os agricultores que por iniciativa própria preservaram florestas e mananciais, deveriam ser remunerados. Enquanto os que seguiram a Lei e estão hoje fora dos princípios, devem ter hoje alguma forma de reencaminhamento que é função do Estado. Há uma necessidade fundamental de educação e formação de recursos humanos, no sentido de usar os recursos naturais de forma mais eficiente e de acordo com as demandas a nível mundial.”
Segundo o engenheiro agrônomo e deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), as discussões sobre o Código Florestal brasileiro estão agora no Senado Federal, que é a Casa revisora. Como se sabe, o projeto já foi aprovado em maio passado pelo Plenário da Câmara por maioria esmagadora dos deputados. No Senado, a Comissão de Constituição de Justiça e da Agricultura também aprovaram, depois de exaustivos debates. Falta aprovação pela Comissão de Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia. Os pontos divergentes no projeto se referem à reserva legal e às áreas de preservação permanente, quanto ao tamanho da propriedade, sobre os quatro módulos rurais da agricultura familiar. Mas essas questões já estão sendo equacionadas. “Acredito que este ano o Brasil terá um novo Código Florestal, que traga segurança jurídica e tranqüilidade para quem vive no campo”, diz confiante.
Hoje, as possibilidades de atuação do profissional de agronomia são muito maiores e vão além do campo, o que demonstra uma mudança importante no papel deste profissional, que deixa de ser prioritariamente técnico e passa a ser também um consultor altamente especializado, independente da área em que trabalhe. Nesse contexto, os chamados “profissionais do futuro” já são e serão cada vez mais os encarregados de ajudar a suprir as necessidades alimentares mundiais.
Com o aumento das oportunidades vem também o aumento dos desafios. Segundo o deputado Moacir Micheletto, a maior dificuldade enfrentada pelos agrônomos é a baixa remuneração. “Não se deve esquecer que foram esses profissionais que contribuíram para que o Brasil alcançasse níveis de produtividade tão positivos. Nos últimos 20 anos, enquanto a área plantada de grãos cresceu apenas 32%, a produção aumentou cerca de 180% e a produtividade, responsável pelo bom desempenho do setor, evoluiu em 148%. Este resultado é fruto da pesquisa e do trabalho do agrônomo, do técnico agrícola e do extensionista. Por isso, entendo que o agrônomo deveria ser mais valorizado e reconhecido”, diz.
Sobre as expectativas para o futuro da agronomia, Micheletto diz que são positivas. “Trata-se de um mercado crescente. Agora, esses profissionais precisam cada vez mais se especializar, se capacitar, se qualificar, mesmo porque a concorrência é muito grande. Com o crescimento da demanda de alimentos no país e no mundo, a pesquisa pública e a privada terão um papel importante no futuro das ciências agrárias. Temos principalmente na biotecnologia o grande alicerce das ciências agrárias bem como de outros setores voltados para a tecnologia da produção”.
O Portal Agrolink parabeniza todos os ENGENHEIROS AGRÔNOMOS, profissionais responsáveis por elaborar e orientar a execução de trabalhos relacionados à produção agropecuária, visando obter mais produtividade, sempre pautado pelos conceitos do desenvolvimento sustentável da agricultura.
Fonte: Agrolink