17
jun
2011
Agronegócio continua como carro-chefe das exportações paranaenses
Setor é responsável por 73% das exportações totais do Estado e 13,8% das exportações do agronegócio brasileiro
O agronegócio continua à frente das exportações do Paraná. No acumulado de janeiro a maio deste ano, o setor foi responsável por 73% das exportações do Estado. Segundo a economista da FAEP Gilda Bozza, que analisou os dados da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura (MAPA), de janeiro a maio as exportações do agronegócio paranaense cresceram 31% sobre igual período de 2010, passaram de US$ 3,59 para US$ 4,73 bilhões. Segundo ela, os produtos do agronegócio foram beneficiados pela valorização em dólar das commodities no mercado internacional.
O Paraná também foi responsável por 13,8% das exportações do agronegócio brasileiro. Os complexos soja (grão, farelo e óleo), carnes, e sucroenergético (açúcar e álcool) respondem por 73% da receita das
exportações do agronegócio paranaense.
As exportações totais do Estado apontam uma elevação de 24% no período analisado. Passaram de US$ 5,22 para US$ 6,48 bilhões. As importações cresceram 48%, de US$ 4,69 para 6,94 bilhões. Com isso, a balança comercial paranaense acumula um déficit de US$ 453 milhões.
Abaixo, a avaliação completa da economista sobre cada complexo
Complexo Soja (grão, farelo, óleo bruto e refinado)
No período em análise, o complexo soja (grão, farelo, óleo bruto e óleo refinado), apontou uma elevação na receita de 38%, isto é, passou de US$ 1,55 para US$ 2,14 bilhões. As exportações paranaenses do complexo soja
respondem por 18% das exportações brasileiras. A soja em grão aponta queda do volume exportado, mas os preços foram 23% superiores, colaborando para o aumento da receita. As divisas arrecadadas passaram de US$ 1,10 bilhão para US$ 1,20 bilhão. O volume exportado caiu de 2,99 para 2,65 milhões de toneladas, explicado pela queda das exportações de 10% nas exportações do grão. Com isso, as exportações de farelo e óleo aumentaram, resultando em produtos de maior valor agregado. No farelo de soja, a receita foi 98% maior, resultado da combinação de maior quantidade exportada (56%) e preços internacionais. A receita no acumulado de janeiro a maio de 2011 foi de US$ 624 milhões e o volume exportado foi de 1,42 milhão de toneladas, com
participação nas receitas das exportações brasileiras de 28%. O segmento de óleo bruto também registrou crescimento sobre mesmo período de 2010. A receita saiu de US$ 104 para US$ 270 milhões, em razão do preço no mercado internacional e da maior quantidade exportada. Quanto ao óleo refinado, a receita somou 43,68 milhões contra US$ 24,74 milhões no acumulado de janeiro-maio/2010.
Complexo Carnes (bovina, aves, suína e outras)
O agregado carnes (aves, bovina, suína e outras) cresceu 17%, passando de US$ 668 milhões em janeiro/maio de 2010 para US$ 788 milhões em janeiro/maio 2011. Já as exportações de carne de frango (in natura e industrializada) foram 29% superior relativamente ao mesmo período de 2010 (passou de US$ 489 para US$ 561 milhões). As exportações de carne suína alcançaram US$ 60,0 milhões, uma ligeira variação sobre igual de 2010 (US$ 54 milhões). Nas exportações de carne bovina a receita gerada de US% 27,7 milhões foi decrescente quando comparada ao mesmo período de 2010 (31,7 milhões), em razão do menor volume comercializado. As exportações de carne de peru igualmente apontam queda, passando de uma receita de US$ 71,4 milhões para
34,9 milhões. O volume comercializado caiu de 25 mil para 11 mil toneladas.
Paira uma preocupação com o embargo russo (temporário) às carnes brasileiras, a partir da segunda quinzena de junho. Os principais afetados deverão ser os suinocultores.
Complexo Sucroenergético (açúcar e álcool)
O agregado sucroenergético registrou exportações de US$ 373 milhões contra US$ 281 milhões em igual período de 2010, um crescimento de 33%, resultante do aumento dos preços do açúcar e da quantidade embarcada. O valor das exportações de açúcar foi de US$ 370 milhões contra US$ 228 milhões sobre igual período de 2010. Conforme dados da Única, do volume total de álcool produzido pelas usinas do Centro-Sul, no entorno de 93,9% destinaram-se ao mercado interno e apenas 6,1% foi direcionado ao mercado externo.
Cereais, Farinhas e Preparações
As exportações de trigo pularam de US$ 101 para 188 milhões, sustentadas pelo quadro de preços no mercado internacional, enquanto o volume exportado caiu de 663 para 646 mil toneladas. As exportações de trigo via Porto de Paranaguá participam com 29% das exportações brasileiras do cereal. Já as exportações de milho em grão, apontam uma evolução de 47% relativamente a igual período de 2010, alavancadas pelos preços internacionais que aumentaram 30%. A receita obtida foi de US$ 91 milhões.
MERCADOS MUNDIAL
Os países que se destacaram na variação do valor exportado no acumulado janeiro/maio 2011 em relação ao mesmo período de 2010, foram Turquia (279%), Egito (262%), Espanha (223%), Argélia (221%), Rússia (107%), França (70%), Países Baixos (65%), Arábia Saudita (58%) e Japão (38%). Já as exportações foram negativas para os mercados: Reino Unido (-37%), Hong Kong (-16%), México (-10%), Coréia do Sul (-9%), Alemanha (-4%).
As informações são de Gilda M. Bozza - Economista DTE/FAEP.
Fonte: Agrolink
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